segunda-feira, 4 de julho de 2011

Virundum

No rio das margens plácidas
Hoje só corre o esgoto
Águas podres, águas ácidas
No rio que morreu de desgosto.

O povo heróico do grito
Grita forte e grita alto
É o grito de um povo aflito
Que tem medo de assalto.

Quis saber do braço forte
Que queria a igualdade
Hoje está fraco e sem norte
Subserviente à caridade.

Perguntei da mãe gentil
Mas seu destino foi nefasto
Deixou os filhos que pariu
Aos cuidados de um padrasto.

Procurei a verde floresta
Que todo dia é aviltada
Achei foi uma grande festa
A celebrar a pátria "amada".

Procurei no céu azul
Para achar algo imaculado
Achei o cruzeiro do sul
Sorte ninguém ter roubado.

O gigante dorme, não acorda
Não solta a corda do lastro
E enquanto dormia, os calhordas
Roubaram a vela e o mastro.

Pátria não é só a terra
É a terra e o povo também
Mas não basta o povo que berra
Muito reza e diz amém.

E ainda há salvadores da pátria
Que se revezam a cada dia
Prometendo tudo a todos
Realimentando a fantasia.

Fazem discursos pomposos
Em crescente demagogia
Mas, embaixo do pano, jocosos
Aproveitam a mordomia.

Dizem que não sou patriota
E querem mudar minha visão
Eu só digo: não sou idiota
Só quero o bem da nação.

Edimo Ginot

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