domingo, 15 de maio de 2011

Voar...

O menino brinca, enquanto o mundo segue com seu giro obediente em torno do Sol.

Quando o índio se inclina para a Terra, ele ouve uma voz suave, como a melodia do canto com que uma mãe acalenta o seu filho.

Desde a hora da nossa chegada a este mundo, até o nosso último suspiro, inúmeros são os mistérios que nos acompanham e envolvem.

O mistério do Tempo – do qual nada sabemos, salvo as marcas que deixa sobre o nosso corpo. A suave brisa que passa, as gerações que se sucedem...

“O tempo é como o dinheiro; não o perdendo, temos o bastante.” (Duque de Caxias)

“Quem mata o tempo injuria a eternidade.” (Henry Thoreau)

“É preciso muito tempo para tornar-se jovem.” Pablo Picasso

Os mistérios do Mar, as suas grandiosas ondas e a sua quietude. Toda a sua majestade e imponência, as suas vastas e insondáveis profundezas...

“O amor é um mistério. Tantas pessoas e, no entanto, esta pessoa... O coração acorda um dia povoado pela presença do outro, e esse sentimento... inunda, devasta, sufoca, liberta, irrompe indizível, marca para sempre. É terno.” (Frei Betto)

Assim como as flores, as pessoas também após um breve período deste mundo partem. Dos mistérios que nos cercam, a morte física talvez seja o maior.

Palavras – este limitado recurso que possuímos – tentam por meio de metáforas poéticas lançar alguma luz sobre este mistério. O corpo seria como uma gaiola, e o espírito, uma ave que nela habita. Se o corpo é uma gaiola, e a alma, uma ave que
nela habita... é necessário procurar fortalecer a cada dia as asas do nosso espírito.
De modo que no dia em que a gaiola do nosso corpo fenecer, a ave da nossa alma possa
voar livremente.

E como podemos fortalecer as asas do nosso espírito?

Partilhando os bens e os dons – materiais e espirituais – com os quais fomos agraciados pelo destino. Tendo coração e olhos para o faminto e o destituído.

Reservar um pouco do nosso pouco para o nosso irmão em necessidade.

Reservar um pouco do nosso pouco para o faminto e o destituído.

Purificar a nossa audição, para que o silencioso apelo do necessitado possa chegar até os nossos ouvidos.

Purificar os nossos olhos, de modo que o nosso campo de visão possa abarcar toda a humanidade.

Exercitar a Caridade, a Bondade e a Ternura, a Justiça e a Solidariedade, a Compaixão; de modo que quando formos convocados a deixar o mundo para trás e voar rumo ao Infinito... possamos alcançar às sublimes alturas e os horizontes mais límpidos.

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