segunda-feira, 6 de junho de 2011

Ainda existe um lugar

Porque a vida é como água da sanga que vai passando e não volta
Já sinto o tempo a caminhar comigo, seguindo aos poucos, no rumo do poente
O que eu não quero é ver chegar o fim e ouvir o tempo gargalhar de mim
Com a alma gaúcha e um sonho dos buenos eu guardo a querência...
Com o Rio Grande a cabresto pra fazer Pátria
E fronteira além das vãs cordilheiras nos prados do firmamento

Ainda Existe um Lugar...
Venha sentir a paz que existe aqui no campo
O ar é puro e a violência não chegou
O céu bem limpo e muito verde pela frente
E uma vertente que não se contaminou
Pela manhã o sol nascente vem sorrindo
E os passarinhos cantam hinos no pomar
O chimarrão tem um sabor de esperança
E a criança traz um futuro no olhar
De tardecita tem os banhos de riacho
Jogo de truco junto à sombra do galpão
Uma purinha que faz rima com outro mate
E um cão que late contra o guacho no oitão.

Vê que estou firme
Nenhum receio me turba o aspeto, nenhuma sombra me nubla o olhar
Já sei que chegas, Inverno velho! Já sei que trazes - bárbaro!
O frio e as longas chuvas sobre os beirais
Eu sinto frio, mas apesar de tudo o meu destino é andar quebrando geadas
O anoitecer nos apresenta mais estrelas
Entre o silêncio que da paz para o luar
De vez em quando um cometa incandescente
Se faz presente prá um pedido repontar
Aqui a verdade ainda reside em cada alma
Se aperta firme quando alguém lhe estende a mão
Se dá exemplo de amor, fraternidade
Aos na cidade que não sabem pra aonde vão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário