domingo, 3 de março de 2013



Para meu coração basta teu peito para tua liberdade bastam minhas asas. 
Desde minha boca chegará até o céu o que estava dormindo sobre tua alma. 
E em ti a ilusão de cada dia. Chegas como o sereno às corolas. 
Escavas o horizonte com tua ausência Eternamente em fuga como a onda.
 Eu disse que cantavas no vento como os pinheiros e como os hastes. 
Como eles és alta e taciturna. e entristeces prontamente, como uma viagem.
 Acolhedora como um velho caminho. 
Te povoa ecos e vozes nostálgicas. eu despertei e às vezes emigram 
e fogem pássaros que dormiam em tua alma.

(Pablo Neruda)

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